

Foto: Beatriz Cintra

Foto: Camila Ferrara

Foto: Beatriz Cintra

Foto: Beatriz Cintra
ficha técnica
Data: 30 de janeiro a 01 de fevereiro de 2019.
Local: Bairro Paraíso, periferia da zona urbana de Moju (PA).
Realização: A Casa de Açaí.
Facilitação: A Casa de Açaí.
Participantes: 13 jovens e crianças de comunidades periféricas da zona urbana de Moju (PA).
Faixa Etária: 03 a 19 anos.
Entregas tangíveis: 20 blocos para análise laboratorial; 3 participantes decidiram retomar o ensino formal após participar da atividade.
Entregas intangíveis: estímulo à produção científica entre jovens e crianças em situação de vulnerabilidade social.
desafio dos 20 tijolos
A atividade tinha um objetivo simples: produzir 20 tijolos com o material à base de caroço de açaí para que pudéssemos testar o desempenho da mistura em laboratórios da Universidade de São Paulo. Decidimos que a produção seria feita em mutirão e, assim, articulamos um grupo de jovens (11 a 19 anos) de bairros periféricos de Moju para participar de todas as etapas do processo produtivo: primeiro, grupos se dividiram para secar, queimar e triturar caroços de açaí e retirar argila em um igarapé próximo à zona urbana do município e depois para tratar e beneficiar a argila antes de fazer os tijolos. Foram também testadas fôrmas de madeira para a produção sistematizada dos componentes em forma de bloco construtivo padrão.
O processo e os resultados das atividades superaram todas as expectativas. Para nossa surpresa, crianças (03 a 06 anos) do bairro onde estávamos, Paraíso, se interessaram pelo que estávamos fazendo e decidiram nos ajudar - através disso percebemos que ali estávamos provando que ciência também é feita em fundos de quintais e que o processo científico também é brincadeira. Outra grande surpresa nossa foi descobrir que, após a atividade, três dos jovens decidiram que iriam retornar à escola para concluir seus estudos. Assim, a produção dos 20 tijolos despretensiosamente contribuiu para um momento de mudança na perspectiva de jovens e crianças sobre o aprendizado, sobre a possibilidade de gerar impacto positivo em suas comunidades e sobre o processo científico, que pode ser lúdico e ter aplicações concretas que vão além das fórmulas e tabelas de salas de aula.
A partir dessa experiência, o A Casa de Açaí compreendeu que o próprio processo de pesquisa é uma forma de impacto positivo e que atividades como o Desafio dos Vinte Tijolos poderiam ser um veículo para aproximar jovens e crianças da educação e da ciência de forma lúdica, construindo pontes para que possam ressignificar relações de insegurança, impotência e frustração relacionadas aos métodos tradicionais de ensino.
Assim, decidimos que deveríamos evoluir com nosso trabalho inspirando e empoderando jovens e crianças para que acreditem na educação e na ciência e para que sejam líderes comprometidos com um mundo melhor. Desde então, o projeto passou a ter objetivos práticos, relacionados ao desenvolvimento do material e a obtenção da patente, e objetivos sensíveis, que são o desejo de inspirar, compartilhar e multiplicar gerando impacto positivo nas comunidades em que atuamos através do processo.